Essa mulher, que se arremessa
Fria e líbrica aos meus braços e no seio
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nome feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se rir dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher, que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda as marcas de meus dentes nela.
Essa mulher é um mundo,uma cadela,
Talvés, mas na moudura de uma cama,
Nunca mulher nenhuma foi tão bela.
Autor: Vinicius de Moraes
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